Neste artigo pretendemos articular a teoria do reconhecimento de Axel Honneth com a teoria da dádiva, desenvolvida por vários autores, entre os quais Paul Ricoeur, Marcel Hénaff e Alain Caillé. Desse diálogo entre a tradição alemã e a filosofia contemporânea francesa resulta a tese de que uma demanda por reconhecimento é também um sacrifício, uma dádiva. A ideia é a de que uma teoria da dádiva pressupõe o reconhecer e ser reconhecido como sendo uma ordem simbólica da dádiva. Ao articularmos as propostas do reconhecimento agonístico ou por conquista, derivadas da corrente hegeliana com a ideia do mútuo reconhecimento simbólico, concretizado na dádiva, pretendemos completar os estudos do reconhecimento e explorar as suas consequências no pensamento social e político contemporâneo.
Reconhecimento; Dádiva; Honneth; Ricoeur; Caillé