O artigo analisa as performances e estratégias discursivas mobilizadas por empreendedores de start-upsde base tecnológica, à procura de capital. Uma situação típica foi objeto de etnografia, a saber, um concurso no qual empreendedores – recém-qualificados por uma empresa especializada no desenvolvimento desse tipo de negócio – competiram pela atração de investidores. Por uma ótica microssociológica, firmada na teoria goffmaniana, a pesquisa revela que os empreendedores têm suas performances assentadas na persona do “futuro bilionário” e que seus discursos tratam de “futuros imaginados”. Ao revelar os principais componentes da representação social dos empreendedores de start-ups, o estudo pretende restituir a dimensão cultural dos acordos econômicos e, assim, demonstrar como agência, significados e relações se fazem imbricados na construção de firmas notadamente contemporâneas.
Empreendedorismo; Cultura; Microssociologia; Investimento; Firma; Start-up