O artigo analisa os critérios de seleção profissional e as lógicas de recrutamento das elites médicas sergipanas, baseado no exame das propriedades sociais dos seus membros. Com uso do método prosopográfico, demonstra-se as mudanças sociográficas, as variações longitudinais e as credenciais dos médicos que ocuparam os cargos e as posições mais elevadas nesse espaço profissional e cujas carreiras foram consideradas exitosas pelos seus pares. Uma das principais constatações é a de que as mudanças na composição da elite médica e suas dinâmicas de renovação foram observadas, sobretudo, a partir da década de 1940 e representam um momento importante de afastamento progressivo dos médicos da atividade política e um investimento intenso no mercado privado de serviços de saúde. Esses movimentos de ruptura expandiram o espaço de atuação profissional, conduzindo ao fortalecimento de instâncias de representação e a valorização das redes de base profissional para o acesso à condição de elite.
Palavras-chave:
Elites; Medicina; Política; Recrutamento