Esta pesquisa focaliza o câncer feminino através de duas perspectivas: a proveniente dos profissionais de enfermagem do CAISM-UNICAMP e das pacientes internadas nesta instituição. A proposta do presente trabalho exigiu uma postura metodológica qualitativa, implementada através de entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Os dados revelam que construções culturais acerca do diagnóstico da doença induzem a mulher a assumir um papel de doente com implicações radicais em sua rotina de vida. No entanto, o hospital está equipado apenas para o tratamento biológico, relacionado com o corpo físico da paciente. O aspecto emocional e social da doença é subtraído, o que pode gerar a prestação de uma assistência parcial ao paciente e descontentamento na equipe profissional. Os resultados mostram também que a aproximação mecanicista da doença e da cura ainda é hegemônica no hospital, um aspecto que promove insatisfação tanto nas pacientes como nas profissionais de saúde.
câncer; enfermagem; instituição; representações sociais