Este trabalho é resultado de uma pesquisa cujo objetivo foi investigar as relações sociais engendradas por mulheres que se relacionam afetiva e sexualmente com outras mulheres e que freqüentavam um espaço reconhecido como gueto GLS (gays, lésbicas e simpatizantes). A pesquisa foi desenvolvida como exercício etnográfico, com dados obtidos a partir de observações de campo e de entrevistas. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo. Este artigo privilegia a abordagem dos sentidos atribuídos às relações que se estabelecem nesse espaço que se revela como mediação para constituição dos sujeitos. Destaca a territorialidade itinerante, o trânsito e as posições dos sujeitos em redes de sociabilidades. Os resultados evidenciam uma perspectiva de manutenção desses espaços sob uma configuração que se refere à separação dos públicos, muito mais do que uma possível agregação de diferentes públicos em locais compartilhados livremente. Contemplam problemáticas de igualdade/diferença, (in)visibilidade, proteção, exclusão, tolerância e preconceito.
territorialidade; homoerotismo; gênero