Este estudo se propõe a uma análise das transformações verificadas no sujeito e na sociedade no período que marca a transição de uma sociedade fundada na produção para um novo modelo, fundado no consumo. Nesse contexto, parte-se da abordagem do mal-estar que oprimia o sujeito dito moderno, tal qual trabalhado por Freud, para focar a angústia que acomete o contemporâneo, cuja análise não prescinde dos valorosos ensinos de Lacan. Sobre a angústia deste sujeito, que, com outros autores, pode-se denominar pós-moderno, discorre-se acerca de como sua manifestação pode dar-se a partir da sensação de rompimento das amarras que conectam o Simbólico ao Real, e, dessa forma, situam-no na existência socialmente pactuada. A contribuir com essa vertiginosa sensação, merecem destaque o declínio da autoridade e a conseqüente planificação das relações, marcas características da contemporaneidade que podem ser apontadas como causa/efeito de um declínio acentuado na capacidade de representação do sujeito.
angústia; pós-modernidade; consumo; sujeito; desejo