Realizamos um estudo etnográfico sobre o cuidado infantil no cotidiano familiar de moradores de um bairro popular de Salvador, visando integrar preocupações da psicologia com a discussão antropológica sobre pessoa. Utilizamos observação participante e entrevistas. Tomando como ponto de partida as reflexões de Ayres, defendemos que o cuidado envolve construção permanente de projetos de pessoa em um marco de relações de poder. Como resultados da pesquisa, identificamos a centralidade do trabalho cotidiano com o corpo para alcançar o objetivo de ter uma criança educada e com a natureza dominada, preocupações que são centrais na construção da pessoa. Defendemos a importância de pensar na construção social da pessoa para fortalecer uma agenda de pesquisa em psicologia que contemple a diversidade cultural.
cuidado; crianças; pessoa; parentesco