O Agente comunitário de saúde (ACS) ocupa um lugar de mediação importante entre comunidade e Estratégia de Saúde da Família (ESF). Todavia, em uma perspectiva crítica, consideramos que a atuação desse profissional, especialmente em territórios de alto grau de vulnerabilidade, evidencia a complexidade e contradições que devem ser discutidas em uma perspectiva ético-política. O objetivo deste artigo foi discutir aspectos da organização e convivência comunitárias que contribuem para a construção de processos de participação social do ACS. Estudo de caráter qualitativo, realizado em uma unidade de saúde da família no município de Cubatão, teve a pesquisa participante como balizadora dos procedimentos empregados, destacando a observação participante e entrevistas semiestruturadas. Os resultados indicam que o forte sentimento de comunidade e a proximidade com as forças políticas da comunidade contribuem com o processo de participação social, ao contrário da predominância do assistencialismo e do medo desencadeado por situações de violência.
Agente comunitário de saúde; participação social; vulnerabilidade; estratégia de saúde da família; comunidade