Resumo
O texto busca estabelecer articulações entre o cotidiano como categoria conceitual e as formas de experimentação urbana dele decorrentes. Para tanto, recorremos a Michel de Certeau, Michel Blanchot e outros autores a fim de estabelecer um contraponto e oposição entre uma noção de cotidiano como existência rotineira, sossegada e acabada e outras formas de apreensão conceitual que apostam na potência de inventá-lo e efetivá-lo em processos diversos, paradoxais e informes. Como indicativo dessa dupla visada, recorre-se a uma imagem do dia a dia urbano de uma cidade brasileira. Com os afetos por e com ela evocados, sugere-se positivar a experiência urbana a partir dos paradoxos de um cotidiano informe e ordinariamente comum, efetivada nos dilaceramentos, tremores e vertigens dos modos instituídos de uso, consumo e apropriação da vida, da cidade e de suas histórias.
Palavras-chave:
Cotidiano; Cidade; Experiência urbana; Comum