Os autores, seguindo uma tendência de inúmeros Serviços, têm procurado técnicas visando reduzir, e em alguns casos eliminar, a utilização de sangue e derivados, em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea. Tal fato objetiva reduzir os riscos de morbidade e de transmissão de doenças (principalmente hepatite e AIDS), relacionados à transfusão sangüínea. Desta forma, analisam 50 pacientes submetidos a cirurgia com circulação extracorpórea, nas quais foram utilizadas técnicas de autotransfusão pré ou transoperatória, hemodiluição total durante perfusão, reaproveitamento do sangue aspirado no campo operatório e reaproveitamento do sangue residual do oxigenador, processando-os em aparelhos de fluxo descontínuo. Com estes métodos, houve uma significativa redução no volume transfundido (324ml em média no transoperatório e 272ml no pós-operatório), sendo que 34% dos pacientes não receberam sangue no transoperatório; 36% não o utilizaram no pós-operatório e 20% não o fizeram em todo o período hospitalar. Também não houve anemia significativa (hematócrito no pós-operatório imediato de 38,4% e, no 5º dia de pós-operatório, de 35,9%, o que diminui os riscos a ela relaconados, como astenia, sonolência, inatividade, secreção pulmonar, fenômenos trombo-embólicos, etc, principalmente em pacientes idosos, sem influência no custo total de uma cirurgia com circulação extracorpórea.
autotransfusão; circulação extracorpórea