Desde 1983, 40 pacientes consecutivos, portadores de estenose mitral com alterações subvalvares, tais como: fusão e encurtamento das cordas, associadas a sinéquia dos músculos papilares, foram submetidos a comissurotomia mitral a "céu aberto". Com o intuito de ganhar área efetiva maior de abertura da valva mitral (sem restrições), as comissuras foram abertas, amplamente, às vezes não respeitando as cordas que sustentam as cúspides. A insuficiência mitral provocada, em 4 casos, como conseqüência, foi corrigida mediante a transferência de 2 a 6 cordas, ao nível da borda livre da cúspide anterior, ou posterior, da valva, na região das comissuras. A presença de uma regurgitação central por falha na coaptação das cúspides valvares, foi tratada, em 12 casos, com o implante de anel profético de Carpentier. As anomalias do aparelho subvalvar foram abordadas pelas técnicas convencionais: desbridamento, ressecção e abertura dos músculos papilares. Dos 38 sobreviventes, 32 não apresentam sopro de regurgitação mitral e os 6 restantes, apenas sopro sistólico de +/+ +. A avaliação pós-operatória, mediante ecocardiografia bidemensional, demonstrou abertura valvar satisfatória e ausência de estenose residual. Os pacientes que apresentam sopro sistólico mitral residual foram estudados com Doppler, concluindo que se trata de regurgitação bem localizada e sem repercussão hemodinâmica. Esta nova técnica operatória pode ser "extensível" ao tratamento do prolapso da valva mitral.
valvas cardíacas