A diminuição da perfusão placentária com conseqüente distúrbio de trocas gasosas ocorre com freqüência após a circulação extracorpórea (CEC) fetal experimental. Com o objetivo de caracterizar a hemodinâmica placentária durante a CEC, foram colocadas em CEC sete placentas de ovelhas, isoladas in situ, através da canulação dos vasos umbilicais. O fluxo da CEC foi alterado de 15 a 300 ml/min/kg de peso fetal, em normotermia e hipotermia. A resistência vascular placentária (RVP) permaneceu constante durante uma pressão de perfusão e fluxo da CEC acima de 40 mmHg e 150 ml/min/kg, respectivamente. Abaixo destes valores, a relação da RVP com estes dois parâmetros foi inversamente proporcional. Um maior aumento da RVP foi observado durante a hipotermia. A implicação clínica destes achados reside no fato de que a diminuição do fluxo e da pressão de perfusão placentária durante a CEC pode conduzir a um ciclo vicioso, resultando em prejuízo adicional da perfusão placentária das trocas gasosas, sendo que a hipotermia agrava ainda mais esta disfunção placentária.
cirurgia cardíaca fetal; placenta