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Mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardiovascular: análise de 1038 cirurgias consecutivas

OBJETIVO: Relatar a incidência de mediastinite no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. MÉTODOS: Foram analisados os prontuários de 1038 pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular entre maio/ 2007 e junho/2009. Todas as operações foram realizadas na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE. RESULTADOS: A mediastinite ocorreu, em média, 13 dias após a cirurgia, num total de 25 (2,4%) casos, com taxa de letalidade 32,0% (n=8). Vários fatores de risco foram identificados: 56% diabéticos, 56% tabagistas, 20% obesos, 16% portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica e 8% com insuficiência renal crônica. A maioria (n=21; 84,0%) dos casos foi observada em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio, sendo esta associada a maior risco de desenvolvimento da infecção (IC 3.44-8.30, P=0,0001). Observou-se alto índice de complicações: insuficiência respiratória (44%), acidente vascular cerebral (16%), choque cardiogênico (12%), insuficiência renal aguda (28%), infecção pulmonar (36%), falência de múltiplos órgãos (16%) e deiscência de esterno (48%). A cultura do exsudato foi positiva em 84% dos casos, sendo o Staphylococcus aureus o patógeno mais observado (28,8%). CONCLUSÕES: A mediastinite continua como complicação cirúrgica bastante grave e de difícil manuseio no pós-operatório de cirurgia cardiovascular. A doença permanece como de baixa incidência, entretanto, ainda com alta letalidade. A cirurgia de revascularização está associada a maior risco de desenvolvimento da infecção.

Infecção; Mediastinite; Procedimentos cirúrgicos cardíacos


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