O autor distingue e confronta a escuta clínica psicanalítica e a escuta cotidiana social. Toma, como modelo, a noção de "azimute" e a expressão "em todos os azimutes" para ilustrar que, em psicanálise, a observação clínica do pesquisador psicanalítico se realiza a partir de uma escuta eqüiflutuante, em todos os azimutes, isto é, em todos os sentidos e em todas as direções. Recorre, também, à noção freudiana de "Nachträglichkeit", traduzida pelos psicanalistas franceses por "après-coup" e pelos psicanalistas lusófonos brasileiros por "só-depois" (Magno, 1983) e "no relance", (Caon, 1996). Em consonância com o método - psicanalítico de observação, o autor resgata inequivocamente uma noção do termo inglês "serendipity", serendipidade, apresentada insuficientemente em alguns manuais de metodologia da pesquisa psicológica. (Bachrach, 1974, p. 5-6 e 8-14; McGuigan, 1976, p. 56) O autor propõe a serendipidade como atitude e dispositivo fundamentais para a sltuação psicanalítica de pesquisa e reafirma a cientificidade do método psicanalítico.
serendipidade; situação psicanalítica de pesquisa; apresentação psicanalítica de pacientes