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Política, emancipação e humanitarismo: Uma leitura crítica da escola inglesa sobre a questão da intervenção humanitária

Politics, emancipation, and humanitarianism: A critical reading of the english school over the issues of the humanitarian intervention

O artigo analisa as possibilidades de realização de intervenções humanitárias a partir da lógica desenvolvida pela Escola Inglesa das Relações Internacionais. Apesar da ênfase dada ao tema de intervenções humanitárias por muitos de seus adeptos atualmente, buscamos evidenciar a necessidade do diálogo da Escola Inglesa com os Estudos da Paz e com outras teorias que trabalham especificamente com intervenções para superar as suas limitações, ontológicas e epistemológicas. Isto acontece principalmente pela impossibilidade do consenso sobre a existência de valores compartilhados pela sociedade internacional, tornando problemática a legitimação destas ações. Sugerimos que tais limitações sejam superadas a partir de um novo entendimento do que seriam "fronteiras". Enxergando as fronteiras como zonas políticas de troca onde a diferença é preservada para garantir a ordem internacional, podemos vê-las como espaço ético de delimitação e proteção da diferença, não apenas de exclusão. Neste sentido, e resgatando o ideal de diversidade e tolerância de Hannah Arendt, partimos em busca da valorização e aceitação da diferença no plano internacional, não nos restringindo às comunidades estatais dos pluralistas, nem à aceitação absoluta de valores universais solidaristas. Com isso, podemos ampliar coerentemente o conceito de intervenção.

Escola Inglesa; Intervenção Humanitária; Fronteiras; Estudos da Paz


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