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Efeito do extrato da Passiflora edulis na cicatrização de gastrorrafias em ratos: estudo morfológico e tensiométrico

Extract of Passiflora edulis in the healing process of gastric sutures en rats: a morphological and tensiometric study

INTRODUÇÃO: Muitas substâncias de origem vegetal são utilizadas desde os primórdios da civilização com finalidade de melhorar a cicatrização. Dentre elas, foi demonstrado em ratos que o extrato de folhas secas de Passiflora edulis tem efeito antiinflamatório. OBJETIVO: Investigar o efeito do extrato de folhas secas de Passiflora edulis na cicatrização das gastrorrafias em ratos. MÉTODOS: Foram utilizados 40 ratos Wistar, machos, adultos, divididos em dois grupos de 20 denominados grupo Controle e grupo Passiflora (GP e GC) subdivididos em grupos de 10 de acordo com o momento do óbito, no 3º e 7º dias de pós-operatório. Todos os animais foram submetidos a laparotomia mediana, na qual foi realizada gastrotomia na parede anterior do corpo seguida da gastrorrafia com fio de polipropileno 6.0, utilizando-se quatro pontos separados, em plano único total. Os ratos do GP receberam na cavidade abdominal, antes do fechamento desta, solução de extrato de Passiflora edulis, na concentração de 250mg/Kg/peso, e os animais do GC igual volume de solução salina isotônica. Foram avaliados aspectos macroscópicos (grau de aderência de Knightly), pressão de ruptura por manômetro eletrônico e parâmetros inflamatórios microscópicos. RESULTADOS: Todos os animais demonstraram boa cicatrização da parede abdominal, sem sinais clínicos de infecção ou deiscência. Não houve diferença estatisticamente significante em relação ao grau de aderências das gastrorrafias nos dois grupos, no 3º dia (p=0,734) e no 7º dia (p=1.000) e nem na comparação do aspecto da mucosa gástrica, no 3º dia e 7º dias (NS). As gastrorrafias apresentaram vazamentos com menor pressão de insuflação nos grupos de animais do 3º dia em ambos os grupos. Não houve diferença significante de pressão de ruptura entre os subgrupos do 3°dia (GC3=41,1±22,1mmHg vs GP3=59,2±20,4 mmHg; p= 0,074). No 7º dia houve maior média de pressão de ruptura, porém sem diferença estatisticamente significante entre os dois grupos (p=0,850). Eles, no 3º e 7º dias, não demonstraram diferenças estatisticamente significantes quanto à análise histológica, exceto em relação a proliferação fibroblástica no 7º dia, do grupo GP, que apresentou maior densidade de fibroblastos nesse período (p =0,002). CONCLUSÃO: O uso intraperitoneal do extrato de Passiflora edulis influencia favoravelmente a cicatrização das gastrorrafias em ratos pelo aumento da proliferação fibroblástica no 7º dia de pós-operatório.

Passiflora edulis; Cicatrização de Feridas; Ruptura; Ratos


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