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Colelitíase no paciente pediátrico portador de doença falciforme

Cholelithiasis in children with sickle cell disease

OBJETIVO: Considerando a alta freqüência da colelitíase no paciente pediátrico com doença falciforme e a controvérsia na literatura sobre a abordagem da condição, o presente texto objetiva revisar a literatura disponível. FONTE DE DADOS: Revisão dos estudos sobre colelitíase no paciente falciforme, publicados no período entre 1980 e 2007, em língua inglesa e portuguesa, envolvendo pacientes na faixa etária de zero a 18 anos e utilizando os bancos de dados Medline e Lilacs. SÍNTESE DOS DADOS: A colelitíase é a complicação digestiva mais comum no paciente falciforme e sua incidência aumenta com a faixa etária. Os mecanismos fisiopatológicos são conhecidos, assim como os métodos diagnósticos. A conduta terapêutica consensual na colelitíase sintomática é a colecistectomia, preferencialmente por via laparoscópica. Nos casos assintomáticos, a maioria dos autores recomenda a conduta cirúrgica, para evitar complicações, confusão no diagnóstico diferencial de dor abdominal futura e menor risco cirúrgico. Contudo, não existe consenso na literatura, havendo base para a adoção de conduta expectante. CONCLUSÕES: A doença falciforme tem grandes variações em sua apresentação clinica, história natural e gravidade da hemólise. Algumas populações podem apresentar menor freqüência de colelitíase e menor número de pacientes sintomáticos, possivelmente em razão de variações de haplótipos, fatores ambientais e diferentes manejos clínicos. Ainda não existem dados suficientes na literatura ou estudos randomizados e controlados que possibilitem definir o momento ideal para a colecistectomia no paciente falciforme com litíase assintomática. Dessa maneira, dependendo de características individuais e da população, podem ser aceitos o seguimento clínico ou a indicação precoce de colecistectomia.

anemia falciforme; colelitíase; colecistectomia; criança


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