Objetivo:
Analisar e interpretar as repercussões psicológicas suscitadas no médico neonatologista em formação devido à entrada e à permanência dos pais na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Métodos:
Estudo sustentado na teoria psicanalítica, mantendo-se uma interlocução metodológica com a pesquisa qualitativa em saúde. Vinte residentes de Neonatologia, de cinco instituições públicas do estado de São Paulo, participaram de uma entrevista semiestruturada individual. A partir de inúmeras leituras do material, objetivando-se os núcleos de sentido emergentes, significativos para o objeto de pesquisa, elegeram-se seis categorias para análise e interpretação: permanência dos pais na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e sua repercussão na atuação do neonatologista; comunicação do diagnóstico e o que os pais devem saber; impasses entre os médicos e os pais dos bebês na comunicação do diagnóstico; situações de identificação com os pais; comunicação da morte e participação na entrevista.
Resultados:
A interpretação das categorias propiciou a compreensão dos mecanismos psíquicos mobilizados nos médicos na relação com os pais dos bebês e expôs a angústia e o sofrimento suscitados nos residentes no atendimento assistencial e no processo de formação, para os quais estão desprovidos de ancoragens psíquicas.
Conclusões:
A partir do conteúdo que se explicitou na análise das entrevistas, verificou-se a necessidade de uma proposta de intervenção na formação desses profissionais que favoreça a elaboração das experiências vividas no cotidiano da Unidade, a fim de propiciar uma saída menos angustiante e defensiva para o médico, inclusive na relação com o paciente e com os pais.
educação médica; internato e residência; neonatologia; psicanálise