RESUMO
Objetivo:
Estimar a prevalência da ingestão de alimentos com glúten segundo variáveis demográficas, socioeconômicas e de comportamentos relacionados à saúde em adolescentes.
Métodos:
Trata-se de estudo transversal de base populacional, com amostra por conglomerados e em dois estágios, realizado em Campinas, São Paulo, em 2008-2009. Os alimentos com glúten foram identificados por meio do Recordatório de 24 horas. Calcularam-se prevalências e razões de prevalência ajustadas por meio de regressão múltipla de Poisson.
Resultados:
Participaram do estudo 924 adolescentes de dez a 19 anos. Entre os alimentos referidos, 26,9% (intervalo de confiança de 95% - IC95% 25,3-28,6) continham glúten. Prevalências superiores de ingestão de glúten foram verificadas nos indivíduos mais jovens (dez a 14 anos), bem como nos subgrupos de adolescentes cujo chefe de família era mais escolarizado (≥12 anos de estudo), nos que possuíam maior número de equipamentos domésticos na residência, nos que frequentavam a escola e naqueles que consumiam menos feijão e hortaliças durante a semana (<4 vezes). As principais fontes alimentares de glúten na dieta foram: pães, bolos e cereais (30,2%), achocolatado (14%), nuggets (12,3%) e biscoitos (11%).
Conclusões:
Os resultados do estudo mostram o perfil epidemiológico associado ao consumo de glúten em adolescentes e podem subsidiar ações voltadas à promoção de hábitos alimentares saudáveis e de prevenção de doenças relacionadas ao glúten.
Palavras-chave:
Adolescente; Glúten; Consumo de alimentos; Inquéritos epidemiológicos