RESUMO
Objetivo:
Identificar fatores associados com o ganho ponderal excessivo entre pré-escolares de Centros de Educação Infantil (CEIs) em uma capital do Nordeste brasileiro.
Métodos:
Estudo transversal realizado em cinco CEIs situados no distrito de maior vulnerabilidade socioeconômica do município. Foram incluídas 326 crianças de ambos os sexos, com idades entre 17 e 63 meses. A variável dependente foi a evolução ponderal condicional (EPC), a qual representa o quanto uma criança desviou do ganho de peso esperado em relação a seus pares, de acordo com o sexo, o peso ao nascer e a idade no inquérito. Análises univariadas (teste t de Student ou análise de variância) foram utilizadas para comparar as médias da EPC em função de fatores biológicos e ambientais, considerando como elegíveis para o modelo múltiplo de regressão linear as variáveis independentes com p<0,20; permaneceram no modelo final aquelas que apresentaram p<0,05 ou que contribuíram no ajuste do modelo.
Resultados:
A média de idade foi de 45,4±9,9 meses e 53,4% eram meninos. A prevalência de excesso de peso foi de 7%. No modelo múltiplo de regressão linear, identificamos que realizar menos de 6 consultas pré-natal (DP=0,36; IC95% 0,13–0,60), não ter permanecido em alojamento conjunto no pós-parto (DP=0,30; IC95% 0,03–0,58) e nunca ter sido amamentado (DP=0,44; IC95% 0,06–0,81) foram fatores associados com o ganho excessivo de peso entre pré-escolares.
Conclusões:
A inadequação dos cuidados pré-natal (consultas) e perinatal (não permanecer em alojamento conjunto e ausência da amamentação) se associaram com o ganho excessivo de peso entre pré-escolares de baixa renda.
Palavras-chave:
Pré-escolar; Ganho de peso; Obesidade; Creches; Cuidado pré-natal; Aleitamento materno