RESUMO
Objetivo:
Avaliar a frequência do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica e analisar seus fatores associados em crianças e adolescentes portadores de diabetes melito tipo 1.
Métodos:
Trata-se de um estudo observacional analítico com indivíduos com diabetes melito tipo 1, de cinco a 18 anos de idade, de ambos os sexos, acompanhados em um hospital universitário do Nordeste brasileiro. Foram realizadas medidas de peso, altura e circunferência da cintura, além da análise do perfil lipídico e da hemoglobina glicada. O fenótipo cintura hipertrigliceridêmica foi definido pela presença simultânea da circunferência da cintura aumentada (≥percentil 90 por idade e sexo) e dos níveis séricos de triglicerídeos elevados (≥75 mg/dL para crianças e ≥90 mg/dL para adolescentes). Investigaram-se, ainda, os antecedentes familiares para doenças cardiovasculares e diabetes, e também variáveis sociodemográficas e comportamentais. Nos testes de inferência estatística, as proporções foram comparadas pelo teste do qui-quadrado de Pearson e/ou exato de Fisher, sendo significante p<0,05.
Resultados:
Foram avaliados 102 pacientes, com predomínio do sexo feminino (54,9%) e de adolescentes (66,7%). A frequência de cintura hipertrigliceridêmica foi de 23,5%; a qual apresentou associação com o sexo feminino (p=0,043), excesso de peso (p=0,023), hipercolesterolemia (p=0,002), LDL elevado (p=0,001) e VLDL em valores limítrofes (<0,001).
Conclusões:
A frequência do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica foi associada ao sexo feminino, ao perfil lipídico aterogênico e ao excesso ponderal, evidenciando a importância do acompanhamento nutricional dessa população, visando à redução de agravos cardiovasculares futuros.
Palavras-chave:
Cintura hipertrigliceridêmica; Diabetes mellitus tipo 1; Criança