Este artigo busca revelar os significados da experiência de adoecer numa perspectiva mundana, isto é, a partir da noção de que a vida humana, e conseqüentemente a doença, encontra-se implicada no mundo sensível, na história e na cultura. Através de um trabalho de campo, realizado no Serviço de Fisioterapia do Núcleo de Atenção Médica Integrada da Universidade de Fortaleza, no qual se combinou a utilização dos métodos etnográfico e fenomenológico, buscou-se a superação da compreensão unicamente biológica do adoecer humano, enfocando o mundo da experiência vivida como campo privilegiado de revelações de sentido do estar doente. Os resultados mostram que o adoecer é uma vivência de despotencialização e exclusão social, mas que pode ser também uma oportunidade de revisão da vida, bem como de obter ganhos secundários.
adoecer; experiência vivida; fenomenologia mundana