Este artigo busca compreender as dificuldades que um alcoolista encontra, mesmo estando abstêmio, para reconstruir sua identidade a partir de suas interações sociais. Para isso, foram utilizados conceitos de representações sociais e de identidade, da Psicologia Social. O sujeito deste estudo encontrava-se em tratamento ambulatorial em uma unidade de atendimento e pesquisa de uma universidade pública da cidade de São Paulo e vivenciava vários processos de recaída. Sua história de vida foi analisada a partir de entrevista, visando identificar processos sociais que influenciaram a formação de sua identidade. Os resultados apontam a importância do grupo social na indução do retorno ao comportamento aditivo, mesmo que de forma involuntária, dificultando sua emancipação pessoal e induzindo-o à reprodução de seu padrão aditivo. Uma melhor compreensão dessa dinâmica identitária poderá minimizar um problema crônico na recuperação dos dependentes químicos: a recaída.
alcoolismo; família; identidade social; legitimação social; psicologia social