Considerável atenção da ciência vem sendo dada ao impacto negativo do bullying, contudo poucos estudos investigaram especificamente as consequências do bullying de acordo com os tipos de envolvimento (alvo, autor, alvo/autor). O presente estudo examinou a relação entre tipos de bullying e sintomas depressivos. Responderam a um questionário brasileiro sobre violência escolar (Escala de Violência Escolar - Versão Estudantes) 348 estudantes - 53,4% do sexo feminino - do 6º ao 9º ano, em média com 13,3 anos (DP = 1,3). Segundo regressão logística não linear, os alunos alvos e autores de bullying apresentaram 5 vezes mais chance de ter sintomas depressivos do que os outros estudantes. Sexo, idade, ter sido reprovado, ser exclusivamente vítima não foram variáveis significativas para predizer depressão quando consideradas conjuntamente. Esses resultados são similares a pesquisas internacionais que apontaram o fato de alvos/autores (simultaneamente) de bullying terem mais problemas emocionais do que alvos e autores. Enfatizam, também, a necessidade de pesquisas futuras considerarem a especificidade dos estudantes que são alvos/autores.
Bullying; Depressão; Violência na escola