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Irrigação como estratégia de adaptação de pequenos agricultores às mudanças climáticas: aspectos econômicos

O principal objetivo deste artigo foi analisar se, dentre os pequenos agricultores brasileiros, aqueles que utilizam irrigação são menos vulneráveis que os produtores de sequeiro num contexto de mudanças climáticas. Foi desenvolvido um modelo de efeito de tratamento, por meio da técnica de Pareamento por Escore de Propensão, que permitiu identificar a adoção de irrigação e o retorno dos dois diferentes tipos de exploração agrícola simultaneamente. Foram utilizadas projeções de temperatura e precipitação para o período de 2010 a 2099, sob diferentes cenários climáticos, conforme o 4º relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. Os resultados confirmaram a eficácia da irrigação como medida adaptativa. Para todos os períodos de simulação, espera-se que o valor médio da terra de pequenos produtores irrigantes seja aproximadamente o dobro do valor de sequeiro. Podese concluir que há necessidade da formulação de políticas públicas que busquem estratégias de combate aos efeitos do aquecimento global no setor, principalmente em vista da vulnerabilidade da pequena produção agrícola de sequeiro. Ademais, dada a comprovação da importância da irrigação como medida adaptativa, deve-se incentivar a expansão das políticas de crédito para a implementação dessa prática, principalmente para produtores menos capitalizados.

Mudança climática; pequenos produtores; adaptação; irrigação


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