O autor discute neste artigo a crescente sofisticação e multiplicação da aparelhagem ótica (lentes, óculos, binóculos, lunetas, lupas, etc.) que, juntamente com a também crescente parafernália conceptual dos teóricos da estética, da lingüística e da crítica das artes visuais, interferem no prazer de olhar e na degustação da pintura. O autor propõe que a palavra prazer seja tomada ao pé da letra, porquanto não existem óculos mágicos que permitam olhar um quadro como um conceito. Constrói um modelo descritivo estendendo ao prazer artístico a análise platônica da heterogeneidade interna do prazer, com o objetivo de interpretar a experiência que se declara e se vive enquanto experiência artística como o resultado de uma mistura de componentes heterogêneos, cuja síntese e impossível.
Arte; pintura; olhar; olho; ótica; estética; percepção estética; expenência estética; gosto plástico; prazer artístico; artes plásticas; artes visuais