O texto procura dar conta das recentes transformações na maneira como as classes médias brasileiras apreendem e dão sentido à sua vida na esfera econômica. Para isso, utiliza dados e análises de pesquisas sobre transformações em ambientes de trabalho burocráticos, construção de espaços argumentativos dos gerentes, formas tradicionais e mais recentes do pequeno comércio e sobre o também recente fenômeno do desemprego gerencial. Procura entender o problema mediante um estudo de transformações das convenções cognitivas implícitas nas formas de se entender o mundo social e seus reflexos nas vivências da esfera econômica. Da análise emerge um interessante caso de cegueira institucional, onde todas as evidências que põem em xeque a nova ordem são descartadas e onde a antiga divisão das classes médias em estratos assalariados e autônomos tem de ser repensado.
classes médias; neoliberalismo; sociologia econômica; convenções cognitivas; convenções econômicas