A autora analisa a tese da proletarização dos profissionais com o objetivo de verificar até que ponto ela capta os processos reais de mudança que têm afetado as profissões. A questão central que a autora procura responder é se os profissionais assalariados por burocracias públicas e privadas preservam em medida considerável suas qualificações técnicas, o controle do conhecimento altamente especializado e sobre o processo de trabalho. Utilizando-se uma vasta bibliografia sobre o trabalho profissional em indústrias de diversos setores (metal, mecânico, eletrônico), conclui que as evidências de crescente assalariamento de algumas das chamadas profissões liberais não constituem suporte adequado para a tese da proletarização dos profissionais quando este termo é adequadamente entendido. As investigações têm mostrado que mesmo quando o profissional assalariado perde o controle sobre as condições em que trabalha, ele o mantém sobre o processo do seu trabalho; isto é, ele conserva sua autonomia técnica.
profissionais; proletarização; desprofissionalização; autonomia técnica