Este artigo analisa a noção de preconceito de marca proposta por Oracy Nogueira para a compreensão do racismo brasileiro. É, ao mesmo tempo uma forma de classificação social baseada na aparência racial e uma forma de discriminação na qual o sistema social pretere a população de cor, ao invés de excluí-la e concebê-la como um grupo em separado. Esse tipo de preconceito racial é contraposto ao preconceito de origem, característico do racismo desenvolvido pela sociedade norte-americana. O artigo examina o contexto intelectual de produção dessa noção, chamando atenção para a importante presença da tradição etnográfica, de cunho antropológico, na formação em ciências sociais propiciada pela Escola Livre de Sociologia e Política (São Paulo) nas décadas de 1940-1950. Enfatiza também a originalidade e atualidade dessa noção, que sugere a visão do racismo como um sistema cultural.
racismo; preconceito de marca; etnografia; sistema cultural; Oracy Nogueira; Donald Pierson; Escola Livre de Sociologia e Política