Blade Runner é muito mais do que um filme sobre o futuro. A versão remontada por Ridley Scott, em 1993, remete a dimensões que a versão que vimos inicialmente nos cinemas dissolvia. Problematiza de maneira contundente as relações entre passado, presente e futuro, questionando a concepção de tempo linear e as relações do homem com o seu próprio tempo e a sua própria história. Aqui, a temporalidade do que poderia ser chamado de propriamente humano constitui-se nas relações que o homem trava com a sua própria memória buscando, a partir disso, a comprovação de sua existência enquanto ser e, portanto, enquanto dono de seu passado e de sua própria vida.
Blade Runner; humanidade; memória; passado; temporalidade