O texto procura mostrar, por via de um comentário das posições de Adorno acerca das finalidades da educação, que a história da modernidade, vista como processo de constituição da hegemonia da razão instrumental, destituiu a educação de uma característica essencial, a formação da consciência para a liberdade, aspecto que no entanto se encontra implicado na relação entre experiência, verdade e felicidade, constitutiva do ideal humanista de sabedoria e de emancipação. O progresso civilizatório pode ser visto como a perda progressiva do ideal de formação, substituído pelos procedimentos de racionalização adaptativa do indivíduo às condições de alienação próprias do mundo administrado. Na impossibilidade de reinstauração das condições objetivas favoráveis à experiência educacional formadora, resta, na perspectiva de uma educação crítica, a tentativa de se opor à instrumentalização da subjetividade por via de um esforço de recuperação da negatividade como contraponto à adesão cega ao presente histórico.
consciência; emancipação; história; universidade