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A sociedade de rostos: Mulheres sem rosto como indício de novo humanismo nas redes sociais1 1 . O presente artigo recebeu menção honrosa na VI Competição Mundial Jovens Sociólogos 2013/2014, organizada pela Associação Internacional de Sociologia (ISA), com apoio da Unesco.

The society of faces: faceless women as an indication of a new form of social integration

Resumo

Neste artigo busco entender de que forma a crescente importância da imagem humana “gradativamente individualizada” instaura e testemunha novas formas de organização e integração social no século XXI. Mostro como as imagens nas redes sociais podem agenciar mudanças na relação de poder entre os indivíduos, os Estados-nação, a cultura local e as desigualdades estereotípicas (étnicas, raciais e sexuais) em defesa de algo que os transcende e os liga. Momento em que o rosto emerge como imagem da humanidade. Parto para essa reflexão de seu avesso: a ausência de uma face – drama de mulheres paquistanesas que tiveram seus rostos desfigurados por ácido por seus companheiros, uma prática cultural que se agrava desde 1999. Problematizo a circulação, o debate e a solidariedade que essa incômoda imagem despertou nas redes sociais brasileiras. Discuto de que forma a violência contra a expressão mais visível da identidade social promove uma comoção para além das fronteiras nacionais e simbólicas, instaurando a ideia de humanidade.

Sociologia da imagem; Mulheres muçulmanas; Redes sociais; Humanismo

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