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O desmonte dos direitos, as novas configurações do trabalho e o esvaziamento da ação coletiva: consequências da reforma trabalhista1 1 . A pesquisa também faz parte do temático da Fapesp. Agradeço aos membros do GT Reforma Trabalhista do Cesit e aos colegas que contribuíram para construir o Dossiê Reforma Trabalhista, especialmente os da equipe de sistematização (Andréia Galvão, Magda Biavaschi e Marilane Teixeira). Reflexões aqui expostas são também expressão de discussões coletivas.

Dismantling of rights, new configurations of labor and weakening of collective action: the labor reform consequences

Resumo

O presente artigo procura analisar a reforma trabalhista sancionada recentemente no Brasil. Para isso, são destacados os seus efeitos sobre a configuração dos elementos centrais da relação de emprego (formas de contratação, jornada, remuneração e proteção social) e sobre a organização sindical. Parte-se da hipótese que a reforma trabalhista em questão ajusta a regulação do trabalho às características do capitalismo contemporâneo, predominando a visão do trabalho como “labor” e não como “opus”. A reforma amplia a liberdade dos empregadores em determinar as condições de contratação, o uso da força de trabalho e a remuneração dos trabalhadores. Ou seja, busca-se imputar o processo de definição das regras da relação de emprego às empresas, restringindo a participação das organizações dos trabalhadores e do Estado. Esse processo acarreta, primeiramente, o aumento da insegurança dos trabalhadores e a perda de direitos, bem como a diminuição da proteção social. A reforma também busca esvaziar as organizações sindicais na qualidade de organizações de classe, visto que passa a prevalecer a visão de organizações mais descentralizadas e articuladas com os interesses das empresas.

Reforma trabalhista; Flexibilização; Direitos trabalhistas; Sindicatos; Relação de emprego

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