Resumo
Objetivo
Avaliar o nível de conhecimentos dos agentes educativos sobre os fatores de risco para a saúde mental de crianças e adolescentes e analisar a sua associação com variáveis sociodemográficas.
Métodos
Estudo quantitativo, com recurso a uma amostra não probabilística de 136 agentes educativos (62,5% professores, 32,4% enfermeiros e 5,1% polícias), na sua maioria mulheres (70,6%) e média de idades de 48,34 anos. A colheita de dados, com recurso a um questionário de auto-preenchimento, realizou-se no ano lectivo de 2018 em quatro escolas do concelho de Viseu - Região centro de Portugal. Testes estatísticos utilizados: Qui-Quadrado e Análise de Regressão Múltipla.
Resultados
Na generalidade os agentes educativos revelaram possuir conhecimentos sobre os fatores de risco para a saúde mental, destacando-se 39,71% que chegam mesmo a evidenciar excelentes conhecimentos. Em termos comparativos, os enfermeiros são os que evidenciam melhores níveis de conhecimentos ( x̄ =15,546), seguindo-se os professores ( x̄ =13,318) e, por fim, os polícias ( x̄ =8,571), diferenças estas significativas (x2=14,725; p= 0,004). O estudo multivariado inferiu ser o género a única variável a se revelar preditora do nível de conhecimentos, explicando 11,5% da sua variabilidade (p=0,002), evidenciando as mulheres maior nível de conhecimentos. Já o efeito preditivo da variável categoria profissional (p=0,051) e tempo de experiência profissional (p=0,0179) não se revelou significativo.
Conclusão
O facto do género ter sido a única variável que se revelou preditiva do nível de conhecimentos, faz-nos ponderar da necessidade de se adoptarem estratégias diferenciadas em programas de formação, onde as características e vulnerabilidade dos dois sexos sejam salvaguardadas.
Conhecimentos; Saúde mental; Fatores de risco; Crianças; Adolescente