Este artigo sobre uma aplicação política da História analisa a cronologia - de 1500 a 1889 - inscrita na galeria Amoedo do Itamaraty como uma versão oficial da História do Brasil, estruturada sobre uma narrativa que valoriza fatos de natureza político-militar. Contextualiza a encomenda da obra, em 1906, com comentários sobre a diplomacia de Rio Branco, a carreira de Rodolfo Amoedo e o pensamento histórico do ministro. Sustenta que os acontecimentos teriam sido escolhidos para permanente celebração, com o objetivo de conferir legitimidade política e histórica ao Estado brasileiro por meio da ênfase na antiguidade e na continuidade das instituições estatais.
historiografia; História do Brasil; Estado nacional; memória nacional; Barão do Rio Branco; Rodolfo Amoedo