O artigo trata da cultura material mobilizada na construção da imagem pública de homens e mulheres a partir de duas dimensões: no sistema da retratística e no espaço urbano registrado fotograficamente. Cenários, mobiliário (de interiores e urbano) e especialmente o ferro ornamental são tratados como alguns dos suportes que organizam, na sociedade paulistana da virada do século XIX para o XX, as ações corporais e a delimitação dos espaços públicos e privados. Procura-se demonstrar em que medida as práticas cotidianas são determinadas por noções de decoro que se constituem materialmente, muitas vezes afasicamente e de modo diferenciado para os gêneros masculino e feminino.
cultura material; espaço público; fotografia; retratos; estudos de gênero; ornamentação