Neste artigo pretendemos estudar as cerimônias de aclamação do rei D. João VI ocorridas em Tejuco em 1818. A decodificação do rico arsenal de figurações estéticas encontradas naquelas celebrações pode se constituir em estratégia privilegiada para o entendimento da criação, naquele momento, de mitos que dariam sustentação e direção aos objetivos de afirmação do prestígio político do rei e de consolidação de seu domínio sobre aquela região e sobre todo o território brasileiro. Exploraremos aqui sobretudo o conflito de memórias entre os significados simbólicos das celebrações ocorridas em Minas e a revolta da população contra a exploração colonial portuguesa ocorrida cerca de três décadas antes na região.
D. João VI; cerimônias de aclamação; mitos e memórias; domínio e território; Estado-Nação no Brasil; mitos e significações simbólicas