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Macumba surrealista: observações de Benjamin Péret em terreiros cariocas nos anos 19301 1 Este texto retoma a apresentação que fiz no evento “Miradas francesas sobre a umbanda e o candomblé: arte, ciência e religião”, realizado no Rio de Janeiro em 17 de junho de 2009. Fernanda Peixoto e Marion Aubrée foram as organizadoras do evento, e sou-lhes grato pelo convite que me fizeram para dele participar. Agradeço ainda as indicações de Fernanda Peixoto e dos pareceristas anônimos de Estudos Históricos que ajudaram a compor a versão final deste artigo.

Surrealist macumba: Benjamin Péret’s observations in Afro-Brazilian religions’ places of worship in the 1930’s

Resumo

Benjamin Péret, poeta surrealista francês, viveu no Brasil entre 1929 e 1931, período no qual observou rituais em terreiros afro-brasileiros e compôs relatos registrados em uma série de artigos (“Candomblé e macumba”) publicados em um jornal paulistano. O texto oferece uma análise desse conjunto de artigos, recorrendo a outras referências de e sobre Péret. Privilegia dois conjuntos de questões. Primeiro, como as observações do poeta francês dialogam com as etnografias contemporâneas sobre grupos e rituais de origem africana. Segundo, os diálogos que se estabelecem entre o olhar de Péret e preocupações de parcela do modernismo brasileiro. As transformações pelas quais passam as religiões afro-brasileiras podem ser vistas como processos que colocam em jogo questões semelhantes ao projeto modernista de “descoberta do Brasil”. O relato de Péret, com suas marcas surrealistas, é ao mesmo tempo testemunha e produto dessa busca.

Palavras-chave
religiões afro-brasileiras; espiritismo; surrealismo; modernismo

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