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A Copa do Mundo da ditadura ou da resistência? Comemorações e disputas de memórias sobre a Argentina de 1978i * Professora adjunta de história do Brasil República do departamento de história e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. (liviagm@id.uff.br) i O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) Código do fnanciamento 057.

The World Cup of dictatorship or resistance? The commemorations and disputes of memories about Argentina of 1978

¿El Mundial de la dictadura o de la resistencia? Celebraciones y disputas de memorias sobre Argentina de 1978

Resumo

O objetivo deste artigo é relacionar as memórias sobre a vitória argentina na Copa do Mundo de 1978 ao contexto mais amplo de construções e disputas memorialísticas que marcaram tanto a ditadura quanto a redemocratização e a democracia da Argentina. A história recente do país é fortemente marcada pelos conflitos entre o passado autoritário e as relações da sociedade com a última ditadura, que surgem constantemente como espaço de conflito no presente por meio das disputas de narrativas sobre as muitas memórias construídas e consolidadas. A vitória de 1978 é um marco no conflito entre torcer versus resistir ao regime que vigorou entre março de 1976 e dezembro de 1983. Com o respaldo de dados consultados na sede da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e de arquivos argentinos, nossa hipótese é a de uma mudança de política governamental com a chegada da direita na figura de Maurício Macri em 2015, em oposição às políticas de memória durante os governos kirchneristas de 2003 a 2015. Com isso, as comemorações dos trinta anos da conquista, em 2008, e dos quarenta anos, em 2018, permitem analisar essas mudanças políticas e perceber uma alteração na perspectiva da Copa como evento da ditadura.

Palavras-chave:
Argentina; Copa do Mundo; Celebrações; Ditadura; Memórias

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