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Morte e ressurreição do capitalismo: a propósito de Schumpeter

A crise econômica e a emergência das "novas tecnologias" nos anos 70 trouxeram nova popularidade à obra de Joseph Schumpeter. Neste artigo, o autor discute como a História recente tem desmentido as previsões do economista quanto à transformação do capitalismo em socialismo. Em primeiro lugar, não ficou provado que a racionalização do progresso industrial reduz o nível de inovação, extinguindo os papéis do empresário e do inventor. Pelo contrário, o caráter aleatório da inovação é tal que uma economia não-planificada se adqua muito melhor à sua natureza. Quanto ao segundo aspecto, a presença crescente do Estado nas atividades de pesquisa-desenvolvimento, o cenário mundial de 1945 alterou-se drasticamente a partir da década de 70 quando a demanda dos mercados civis por alta tecnologia passou a superar as demandas governamentais. O terceiro ponto diz respeito ao papel dos intelectuais, pois a expansão e simultânea desvalorização do ensino superior geram uma superpopulação de indivíduos que desenvolvem uma visão critica com relação ao sistema. Mas se tal "hostilidade" nutre-se apenas de ressentimento, como Schumpeter acredita, jamais terá força para por um fim no capitalismo. Assim, se não há nada que, de um ponto de vista econômico, postule o desaparecimento do capitalimo as razões sociológicas e psicológicas apresentadas por Schumpeter têm a mesma debilidade de argumentos ideológicos.


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