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A questão regional: a hegemonia inacabada

A Questão Regional, que no Brasil classificamente refere-se ao Nordeste, constituiu-se no século XIX, como resultado da forma de resolução das questões do mercado de trabalho e da terra, pela economia em expansão, no caso a cafeicultura capitalista do Sudeste. Depois de ter anulado seus concorrentes, pela violência física (repressão às revoluções regionais) e pelo uso dos recursos fiscais para autoincentivar-se, numa forma privatista, a burguesia paulista-cafeicultora revela-se incapaz para o exercício da hegemonia. Os anos 40 e 50 deste século foram a última oportunidade desperdiçada para reparar um processo fratuado e resolver a Questão Regional quando São Paulo não apenas sediava o poder industrial, como constituía a esperança. Novas forças sociais e políticas, complexamente maturadas nas duas últimas décadas, são agora os principais atores, aptos a resgatar o país e a Nação para a modernidade, mas a herança da hegemonia inacabada deixou um longo roteiro de desastres, que cabe, precisamente, desfazer. O estudo da Questão Regional, menos que um plaidoyer nordestino, pode ser a chave para a compreensão daquela herança.


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