Estariam os textos, de agora em diante, fadados a uma existência eletrônica? Os livros, na forma que conhecemos, desde o século XVI, estariam condenados a desaparecer progressiva e definitivamente? Antes de responder a essas perguntas, Roger Chartier percorre a longa história do livro até aos nossos dias: do volumen ao códice, da xilografia oriental à invenção de Gutenberg, da biblioteca de Alexandria até às nossas grandes bibliotecas modernas, do códice ao monitor. A nossa época encontra-se diante de um desafio: o de utilizar de modo adequado o suporte eletrônico do escrito, pois os significados de um texto dependem muito do suporte material deste. A felicidade extravagante vislumbrada diante da produção, consulta, comunicação imediata e universal de textos na telinha do computador deverá harmonizar-se com a consciência do papel reservado ao novo suporte: proteção, conservação e divulgação do patrimônio escrito da humanidade na sua materialidade tanto quanto na sua simbólica.