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O desenvolvimentismo cepalino: problemas teóricos e influências no Brasil

PASSADOS mais de 50 anos de sua criação, a CEPAL continua sendo uma fonte de influências e um importante tema de pesquisa sobre a história econômica brasileira e latino-americana como um todo. Apesar do contínuo interesse que a teoria cepalina continua gerando atualmente, os estudos sobre a CEPAL têm se dedicado relativamente pouco ao exame dos motivos da grande influência alcançada pela teoria cepalina do subdesenvolvimento, nos anos 50 e 60 principalmente, entre policy makers, empresários e autores em geral. Igualmente, a literatura raramente tem procurado estimar o impacto da CEPAL sobre o pensamento econômico na América Latina e no Brasil, em particular. O presente artigo tem por objetivo adiantar hipóteses de interpretação sobre essas duas questões, ou seja, os determinantes da influência cepalina nos anos 50 e 60 e seu impacto entre as correntes econômicas subseqüentes. O argumento apresentado no artigo sugere que parte importante da influência cepalina nos anos 50 e 60 deveu-se à sua estrutura teórica e conceitual - consistente e relevante, mas ao mesmo tempo essencialmente imprecisa e ambígua. O artigo também sustenta que a teoria cepalina foi e continua sendo influente entre correntes econômicas no Brasil. O artigo concentra-se em duas tradições teóricas, a teoria da dependência e a do capitalismo tardio, e argumenta que ambas incorporam características centrais da abordagem cepalina - a ênfase nas estruturas, o papel reduzido dos atores sociais, a predominância de uma perspectiva macro e o desenvolvimento de uma visão formal da história.


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