PARTINDO da obra de José da Silva Lisboa, o visconde de Cairu, o artigo trata do lugar imaginário em que se situa o Outro da civilização. Pretende-se, por intermédio dele, inquirir e explorar a distância que separa o civilizado do bárbaro. No espaço intermédio entre a barbárie e a civilização, afinal, a literatura social desenha o território fronteiriço em que o discurso civilizado reaviva os fantasmas da regressão, trabalhando poeticamente o horror do retorno à selva. Trata-se de uma longa tradição literária que, no Brasil, tem em Euclides da Cunha o seu mestre.
Literatura e moral; Civilização e barbárie; José da Silva Lisboa (1756-1835); Euclides da Cunha (1866-1909)