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Os escritos autobiográficos de Josef Mengele

O artigo analisa textos autobiográficos que Josef Mengele escreveu durante os anos em que passou escondido em vários lugares no Estado de São Paulo. O material de cerca de 500 páginas datilografadas é inédito e trata dos primeiros anos da infância, o estudo de medicina nos anos 1930, a fase em que trabalhou sob nome falso como camponês na Bavária durante os primeiros anos do pós-guerra, assim como o início da fuga da Alemanha, mas não há referências aos anos nos quais Mengele realizou seus experimentos brutais com seres humanos no campo de concentração Auschwitz. Contudo, os textos, ligeiramente ficcionalizados, transmitem uma impressão dessa pessoa vaidosa que manteve suas posições políticas sem remorsos e que, ao que parece, até quis convencer seu filho - para o qual provavelmente os textos foram escritos -, por meio de sua narrativa impregnada de ideologia. Em certos trechos, porém, surge, de forma velada e perversa, a consciência dos seus atos desumanos, apresentando o próprio perpetrador no papel da vítima.

Mengele; Autobiografia; Genocídio; Culpa


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