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O azarado Macunaíma1 1 O presente texto constitui a primeira parte de um ensaio maior, "Tangolo mangolo - sobre a concepção de história em Macunaíma, de Mário de Andrade", em Ana Lisboa de Mello, Charles Monteiro, Norman Madarasz (Org.) Literatura e história - encontros contemporâneos. Porto Alegre: Gradiva, 2016.

Resumo

Qual o sentido dos infortúnios sucessivos de Macunaíma, sobretudo nos capítulos finais, quando, de posse do amuleto da sorte, nem por isso esta lhe sobrevém, mas ao contrário segue-se um processo cada vez mais acelerado de degradação entrópica? Umas das finalidades do artigo é mostrar, por um lado, o caiporismo do personagem como repetição estrutural, desenvolvido no âmbito da "morfologia da história" captada pelo livro, e, por outro, como esse azar permanente funciona como significante mítico de um permanente desamparo. Nesse sentido, o personagem é compreendido como uma síntese das experiências do vasto setor da população brasileira que Caio Prado Jr. chamou de inorgânico. Tal interpretação tem consequências para pensar a inadvertida mimese do real operada pela obra e a relação com a noção de progresso aí sugerida.

Palavras-chave:
Macunaíma; Morfologia da história; Mito; Progresso; Entropia; Inorgânico

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