RESUMO
O presente artigo dedica-se a uma leitura dos doze “Poemas da Negra” de Mário de Andrade, escritos em 1928 e publicados em 1930 na obra Remate de males. A análise e a interpretação do conjunto amoroso nascem dos estudos do manuscrito Preto no acervo do escritor (Grillo, 2010), salvaguardado no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP), e seguem indicações de Gilda de Melo e Souza (2005). A estudiosa aponta para que se faça uma leitura dos poemas a contrapelo do que ela denomina “poesia do senhor do engenho”. De fato, em um dos mais belos versos amorosos de Mário de Andrade, o poeta desenvolve na poesia modernista uma nova dicção a respeito da negra, na medida em que o eu lírico a eleva a um plano cósmico, igualando o eu poético e a musa de azeviche.
PALAVRAS-CHAVE
Mário de Andrade Poeta; Poemas da negra; Musa negra; Poesia brasileira