Este texto pretende trazer alguns indicativos para se pensar em que medida as redes de movimentos sociais na América Latina apresentam pistas para políticas emancipatórias. Para se analisar a capacidade ou potencial de redes de movimentos sociais desse continente na construção de referenciais emancipatórios, partiu-se do pressuposto de que demandas materiais devem ser traduzidas em representações simbólicas, a fim de aproximar os atores das redes, permitir a construção de identidades coletivas e criar elos simbólicos de referência no interior das redes, que possibilitem a convergência de suas pautas políticas. Verificou-se, ainda, como a intersubjetividade na rede se constrói a partir de referências normativas compartilhadas e quais os principais níveis constitutivos para o empoderamento de uma rede de movimento. Trata-se, pois, de verificar como atores coletivos específicos, localizados e com demandas particulares, tornam-se movimentos sociais mais abrangentes do ponto de vista de suas demandas e de seus territórios de atuação, com pautas políticas mais universais. Isto é, como está sendo construída a passagem de ações coletivas restritas a movimentos sociais propriamente ditos.
redes de movimentos sociais; ações coletivas; América Latina; emancipação; demandas