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“BASTA TÁ DO LADO” – a construção social do envolvido com o crime1 1 Este artigo contou com o apoio do Projeto P&D intitulado Mapa de Percepção de Risco, realizado no âmbito do NEPEAC, UFF, em parceria com a ENEL S.A., com a participação de Jacqueline de Oliveira Muniz como pesquisadora. Adotou-se o critério de ordem alfabética para a apresentação dos autores em função da equivalência de suas contribuições.

“BASTA TÁ DO LADO”. THE SOCIAL CONSTRUCTION OF THOSE INVOLVED IN CRIME

“IL SUFFIT D'ETRE A COTE.” LA CONSTRUCTION SOCIALE DE CELUI MELE AU CRIME

Partindo do trabalho etnográfico e entrevistas grupais com jovens de duas favelas cariocas, o artigo problematiza a categoria envolvido-com (retirada da linguagem cotidiana) o crime e suas serventias, como um dispositivo de controle social itinerante que fabrica fronteiras móveis que desigualam os desiguais. Isso evidencia como essa noção tem sido mobilizada na distribuição seletiva de vigilância e de punição das juventudes da periferia. Discutem-se suas funcionalidades na regulação das trajetórias e percursos identitários, evidenciando a trama de rotulações que põe em operação deslizamentos de sentido entre as noções de “bandido” e “vulnerável”. Analisa-se o acionamento de moralidades que justificam a gerência de si dos favelados. Revela uma ambição de tutela policial maximizada pelo apetite de criminalização não só dos indivíduos, mas também de seus vínculos sociais.

Palavras-chave:
Envolvimento; Juventudes; Controle social; Vigilância; Vulnerabilidade social


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