O artigo busca analisar e problematizar a rápida passagem do jovem Michael Löwy pela sociologia do trabalho, quando realizou, em 1959, uma pesquisa sobre as atitudes e a consciência operária entre dirigentes sindicais metalúrgicos. Para isso, contextualiza esse estudo no curso do processo de institucionalização da sociologia brasileira, em particular o desenvolvimento das pesquisas acerca da indústria e do trabalho realizadas na Universidade de São Paulo, nas décadas de 1950 e 1960. Como conclusão, pode-se afirmar que Löwy apresentou, já àquela época, num manuscrito até então desconhecido, uma possível alternativa ao estilo de sociologia vigente na USP. As reflexões e conclusões deste artigo estão ancoradas em consultas realizadas em arquivos e numa entrevista com o próprio autor.
Michael Löwy; Sociologia do trabalho; Consciência operária; Pensamento social; História intelectual